Poesia Viva

segunda-feira, março 27, 2006

Aspirar a ser semente...


Aspirar a ser semente...

Ah! Felicidade incontida
De ser o UNO de novo:
O todo e as partes um só;
Semente que tem a flor
Sem ser em flor dividida,
A flor e a árvore contida
Semente de girassol...

Isabel

(Foto de Isabel)

O TEMPO...


O TEMPO

O tempo do relógio não tem tempo
É o constante passar dos segundos
Desliza suavamente como o vento
São tempos imemoriais profundos

Transporta pedaços da eternidade
Penetra em tudo aquilo que existe
Muda toda a substancionalidade
Para outro nível de quem assiste

São voltas e mais voltas intermináveis
Em marcha acelarada uniformemente
Transformando em seivas incontáveis
Tudo o que se renova constantemente

Diferente é o tempo, da humana mente
Aquele a quem se chamou psicológico
Paralisa o Eu sempre tão completamente
Faz-se passar pelo SER, o que é ilógico

Vive numa eterna luta permanente
Querendo viver no futuro ou no passado
Não quer teimosamente estar no presente
Finge que vai, mas não vai a qualquer lado

E se não estivermos vigilantes, atentos
Resvalamos facilmente para lado nenhum
Começamos a querer raciocinar, tão lentos
Deixamos de pensar que todos somos UM

E assim paralisados, perdidos sem norte
Vivemos a vida sem estar no presente
Fingindo viver até ao cair da negra morte
Estando sempre cada vez mais ausentes

Se ao tempo prestarmos toda a atenção
Sentindo a cada momento o aqui e o agora
Passamos a viver numa outra dimensão
Ausentamo-nos, mas não vamos embora

Aprende a olhar o tempo e a tudo sentir
Da dimensão do infinitamente pequeno
À imensidão cósmica sempre a fluir
E saberás sentir-te sempre tão sereno

José António

(Foto de Isabel)

sexta-feira, março 24, 2006

TRISTEZA


TRISTEZA

Percorre-me um frio intenso
Vindo das profundezas do tempo
Sente-se que o ar está tenso
E vem empurrado pelo vento

Trás um cheiro nauseabundo
Da humana e fria crueldade
Que se espalha pelo mundo
Tentando ocultar a verdade

E todo o meu SER chora
Como se fossem minhas dores
Sinto vontade de ir embora
Fechar este mundo sem amores

Vai escasseando o puro ar
As águas vão ficando poluídas
Com as florestas querem acabar
As teias vão ficando urdidas

São cegos! Só vêem o imediato
Egoístas, só olham para o umbigo
Tudo destroem num só trago
Tudo querem guardar consigo

Tentam que a vida perca sentido
Que ninguém saiba o que fazer
Que cada um se sinta perdido
Tudo dominam a seu belo prazer

Com a mais velha lei não contam
Que impera em toda a Natureza
Os homens querem e sonham
Pôr fim a esta imensa tristeza

E se eu disser ao meu amigo
Se este trouxer um amigo também
Pode-se esconjurar este perigo
Vendo mais longe, muito mais além

José António

(Foto de Isabel - Manhã de Nevoeiro...)

Natural...

Natural...

Eu queria ser
A sombra fresca e calma,
Um campo
Bem batido pelo Sol,
Um arbusto verde e ouro
No caminho...
E queria que haja um Deus
Que me possua,
Que me devolva
À calma doce e pura
Da Terra que me envolve
Com carinho...

Isabel

(Foto de Isabel- Nazaré no tempo de SER FELIZ...)

quinta-feira, março 23, 2006

Ainda em Homenagem à Água!


Ai! A Água que escorre
Rasgando a Terra madura...
A Água suave e dourada
Que corre e canta, calada,
As canções da Terra Pura!
Que tons belos ela tem,
'Quanto escorre e vai e vem!...

Isabel

(Foto de Isabel - Jardim da Gulbenkian - Lisboa)

URGENTE!


Urgente!
É urgente acordar
Deste torpor!
É urgente voar
Por cima da dor!
É urgente sentir
O poder do Amor!
É urgente!

É preciso agora
Fazer a descoberta
E hora a hora
Deixar a porta aberta
Para dentro do SER
Poder descobrir
Que todos temos de ver
Outra vida a florir

É preciso quebrar
Muros, prisões, a solidão
É preciso saber esperar
E abrir o coração
À urgência de chegar
Antes da total degradação
A outra forma de estar
Na vida com o coração

É preciso viver
Sem que seja a fingir,
É preciso saber ser
Sem que seja a fugir.
Mudar, em nós começa
Com total compreensão
Para a frente é que se tropeça
Para trás, não é solução.

José António

(Foto de Isabel - Albufeira de Valência, Espanha)

Ainda celebrando o Dia da Poesia...


Nada há
Mais claro que a Poesia:

Uma palavra
Que de dentro se ilumina,
E sai no ar,
Explode sem aviso!

Um riso
Que jamais alguém domina,
Porque se rasga,
Expõe e alucina,
Deixando a nú
A verdade oculta e fina
Da vida...

Isabel

(Foto de Isabel- Céus do Alentejo!)

Fala a Águia...


Fala a Águia... um contributo da Ana Paula!

"A Águia olhava e dizia:

Não me sabem olhar sem me privarem de voar! ... Então e o que vêem vocês?!
Não vêem que estas penas não são para estar em cativeiro, mas antes para que as minhas asas planem nas alturas?! Olham, mas não sabem ver!...
Vocês vestem-se, revestem-se, enchem-se de apetrechos e nem reparam o quanto estão enclausurados dentro de vocês mesmos...
As Águias pertencem aos céus e mesmo aqui, dentro desta cela, lembro-vos para onde deveis dirigir o vosso olhar, para vos elevardes...
Julgais vós, seres humanos, que sois livres! Estando aqui presa, sou MAIS LIVRE que vós!"

Ana Paula, 21 de Março de 2006, poucos minutos antes da chegada da Primavera...

(Foto de Isabel de uma Águia no Parque Biológico e Vila Nova de Gaia).

terça-feira, março 21, 2006

DIA MUNDIAL DA POESIA


POESIA VERSUS DIA MUNDIAL DA POESIA

É o sal da própria vida!
Dá-lhe todos os sabores
É a prenda mais querida
É uma tela de mil cores.

É o saltar da fronteira
É a visão mais abrangente
É o viver a vida inteira
É o saber estar contente

É uma foto colorida
É o arco iris no céu
É a ternura vivida
É a retirada do véu

É a tristeza sentida
É a alegria pujante
É a soberba perdida
É a compaixão triunfante

É a mãe de toda a magia
É o que une a vida inteira
É tudo o que eu queria
Para fazer a sementeira

E quando já não puder ver
A vida com olhos da poesia
Devo estar para morrer
Virá a noite, acabará o dia!

José António

21/03/2006

(Foto de Isabel na Praia do Magoito, Sintra)

domingo, março 19, 2006

D' Artagnan...

Desde tempos imemoriais,
Antes que fosses menina,
Reincarnada nesta vida,
Trazias já, no teu Espírito,
Amor à aventura,
Gosto de ser Livre,
Nobreza de Alma Irmã!
Agora,
Não te chega o céu para voar, D'Artagnan!

Isabel

(Foto de D'Artagnan...)

O Olhar de uma Criança...


Na criança há, em seu olhar,
Um fascínio puro, indescritível,
Ao fixá-lo estamos a chegar
Ao Tudo que é puro e indizível...

Esse olhar cheio de inocência
Vem do fundo da Alma, do SER,
Não está afectado pela dormência
De quem só quer saber de ter...

É vivo, profundo e penetrante
O olhar que assim se expressa...
Ainda não lhe chegou, cortante,
O frio traço de quem tem pressa...

E os seus olhos têm um tal brilho
Que lhe vem de outra dimensão
E sempre apontam o mesmo trilho,
De regresso a casa, ao coração...

De tão puro e cristalino, seu olhar,
Expressa apenas toda a serenidade
De quem traz tantas horas a voar
Procurando a paz da eternidade

E se lhe dermos a nossa mão,
Se lhe dermos apenas carinho,
Terá sempre LUZ no Coração
Para iluminar o seu Caminho.

José António

(27 de Fevereiro de 2006 - Foto de Isabel)

Paisagem interior da Primavera...


Era o cheiro da Terra,
da chuva,
da Primavera...

O relvado,
até onde se via,
afagava-se
de vento
e de orvalho...

Pulsa
com intenso fogo
a Terra...

Nas entranhas
férteis
dos vales,
nas montanhas,
nos lagos,
nos rios,
até onde se avista,
o Céu é um Reino
de estrelas invisíveis...

De espaços abertos,
de nuvens,
espelhadas
de cores matinais...

Súbito,
o som
de um pássaro isolado,
cortando como um risco
um Céu inacessível,
um espelho invisível,
um sonho,
uma memória...

Isabel

29 de Abril de 1997 - Foto de Isabel:
Relva penteada pelo vento no Jardim Botânico de Lisboa.

O Caminho que vamos escrevendo...


Diz-se que "o caminho se faz caminhando"!
Se eu quiser ser tudo isso que queria,
Quem me impirá de seguir iluminando,
Ser um Farol de mim mesmo e ter alegria?

Ninguém... a não ser eu mesmo, cabisbaixo!
Ninguém exterior a mim, que eu não queira!
Ninguém me obrigará a ficar sempre em baixo,
Ou a estar sozinho sem eira nem beira...

Devo descobrir em mim próprio a vereda
Estreita por onde se encontra o Caminho...
Encontrar a Luz de quem se saiba e proceda
Que neste mundo o que vale é o carinho...

Saber que todos somos um e seremos
Provenientes da Natureza Una e sem fim...
Que a vida somos nós que a escrevemos,
Que só haverá Paz, se isto for assim!

E se formos o tal farol, iluminando
Todos os que nos rodeiam beneficiarão...
Todos se descobrindo e transformando,
Todos com amor e mais amor no coração...

Façamos de todos nós e cada um
Um foco permanente de infecção:
Qual célula irradiando o amor comum
Para SERMOS numa outra Dimensão!

José António

(7 de Junho de 2005 - Foto de Isabel do Farol do Cabo da Roca)

A Pergunta...


"E o meu coração estará sempre inquieto até
encontrar a sua Paz em Ti"- Santo Agostinho

Se fui pó
E fui estrela
E fui flor,
Porque olho desesperada
Ao meu redor,
E procuro no arco-íris de cor
A Ponte do Ser?

Se fui rocha
E planeta
E cometa,
Porquê agora,
Prisioneira do meu eu,
Procuro o Céu
Com os meus olhos
De não ver?!

E se fui Esfinge
E fui humana
E fui raíz,
Porque procuro ainda
O que me diz
Que eu sou tudo?
Porque questiono o mundo?
Porque não sou feliz?

E se fui
Países e história
Que canta a memória
Dos astros sem fim,
Que foi feito de mim?
QUEM é feito em MIM?!

Isabel

Velho poema de 17 de Março de 1981!
Foi publicado no blog http://ramokoothoomi.blogspot.com
Foto de Isabel - Céus de Maravilha...

Proximidade...


Quando sentimos a harmonia,
Primeiro com o nosso SER,
Depois, numa suave alegria,
Que nos faz de repente ver
O que anteriormente não se via...

Quando já despertos estamos
E para tudo vamos olhando,
Estamos já a caminho e vamos
Mais alinhados e serenos ficando,
Atentos a tudo o que criamos...

Quando sabemos os outros sentir:
Suas dores, alegrias e tristezas
E com eles queremos interagir
Para acabar com tantas vilezas,
É a vida que em nós está a fluir...

Quando em nós tudo se alinha
Quando vemos toda a Verdade,
Que já antes impregnando vinha
A matéria com a Espiritualidade,
O que se sente é a proximidade...

Proximidade ao Infinito que é TUDO,
Sentimento de profunda união,
Que é um grito eterno, e contudo,
Nos inflama inteiro o coração
Que está VIVO... mas mudo...

Viver é preciso urgentemente...
Não apenas fingir que se vive!
Sentir tudo tão completamente,
Que em cada coisa se revive
E apenas por dentro se sente...

É urgente a urgência de saber
Que cada acto, cada respiração,
Tem tudo a ver com o SER,
Do eterno coração e da razão,
À procura de se transcender...

José António

(Foto de Isabel)

segunda-feira, março 13, 2006

Hino à Mãe Natureza...


Pouso o meu olhar em ti docemente
Observo-te com toda a minha atenção
Os teus movimentos, o teu respirar
A tua forte e permanente contradição

Processas sem parar os elementos
Transformas em energia o que há
E sobre o que não há lanças ventos
Que empurram a vida de cá para lá

Crias a beleza num ramo de flores
Regeneras tudo o que te ofende
Da eternidade dás vida aos amores
Para ti tudo é vida, tudo se estende

E na Poesia que há em teu olhar.
Nas curvas do teu corpo como colinas,
No sal das tuas lágrimas está o mar
Há a inocência das flores pequeninas

Quando me abraças sinto-me inteiro
Percorre-me todo o corpo um abalo
Sou a luz do Luar que há em Janeiro
Sou Tudo e Nada quando me calo...

E neste amor eterno de toda a vida
Neste doce encanto feito de grandeza
Amante sou de ti e a ti te dou guarida
Em ti me reflito sempre, Mãe Natureza...

(Poema inspirado e dedicado à Isabel)

José António

(Foto de Isabel de uma Árvore trespassada de luz...)

Como o Sol que te ilumina...


Um sol dourado te ilumina
E cada sombra, renda fina,
Q ue se recorta e te povoa,
É uma imagem de beleza,
É um hino a ti, minha Lisboa!

O Tejo inquieto vês passar,
Em cada dia, a soluçar,
Pedindo Amor à Amante esquiva!
Mas a resposta é sempre "não"!
Senhora, porque és tão altiva?!

Quem é que à noite canta o Fado
E na guitarra tem tocado
Tão belos hinos sem igual?
São versos que cantam Lisboa,
Hinos que cantamPortugal!

(Velho poema de 05 de Janeiro de 1980, que mostra, no entanto,
o mesmo Amor por Lisboa que sempre permaneceu...)

Isabel

(Foto de Isabel - Lisboa vista a partir do Castelo de São Jorge)

domingo, março 12, 2006

Lisboa, como sempre...


Encontrei há dias um caderno com poesias de um passado aparentemente distante, mas pelos vistos sempre presente e com sentido. Esta poesia sobre Lisboa tem 26 anos e continua tão actual como quando foi escrita!...


Saí p'ra ver a Poesia
Dessa cidade beleza
Em que o Sol peneira Luz,
Por entre véus de pureza
Em que Lisboa reluz!

Saí p'ra ver a Poesia
Dessas casas, que ao Sol-pôr
São o vivo coração
Desta Lisboa, qual flor,
Abrindo na minha mão!

Saí p'ra ver a Poesia
Das pequenas ruas estreitas...
No Inverno, o véu cinzento
Sobre o qual Lisboa deitas
Embala-a com doce vento...

Saí p'ra ver a Poesia
Das manhãs a despontar
Quando chega a Primavera,
E a Terra vai começar
Uma nova e fresca era!

Saí p'ra ver a Poesia
Deste calmo entardecer
Que abençoa a cidade;
E há um doce sofrer,
Um recordar que é Saudade!

Saí p'ra ver a Poesia
Que envolve a minha Lisboa
E andei como perdida,
Como Gaivota que voa
Pois voar, p'ra ela, é VIDA!

Saí p'ra ver a Poesia
E voltei, já era tarde...
O coração preenchi
Como fogueira que arde
Daquilo tudo que vi...

Saí p'ra ver a Poesia
Mas já só te vi a TI!
Pois Lisboa ou a Poesia
Tal como eu as conheci
São uma e a mesma harmonia!

Isabel

(Escrito em 5 de Janeiro de 1980!).

(Foto de Isabel: Lisboa vista do Castelo de São Jorge...)

quinta-feira, março 09, 2006

Ousar SER Liberdade e Mulher


E as balas voaram em direcção
Das mulheres que então lutavam
Atingindo o alvo, o coração,
Das primeiras que protestavam...

Tinham um sonho para cumprir,
Estarem ao lado dos companheiros!
Não mais à frente! Não a dormir!
Estarem em momentos verdadeiros!

Queriam oito horas de trabalho ao dia!
Mais horas, continuaria a escravatura!
Queriam sentir da vida toda a alegria,
Ter mais algum tempo para a ternura...

E destemidas se ergueram e abriram
Caminho à força de querer e de vontade
Honra às que morreram e nunca viram
As cores daquele quadro de liberdade

E tantos anos depois, hoje, Agora,
Esta homenagem lhes vamos prestar
Estarmos presentes a toda a hora
Pela igualdade dos seres querer lutar

Pequena e singela homenagem a todas as mulheres no Dia Internacional da MULHER que hoje se comemora. Um carinho muito especial para a minha mulher Isabel, toda ela força e ternura, poesia em movimento, desprendimento e tanto, tanto amor...

José António

(Foto de José António no Jardim Botânico de Lisboa)

segunda-feira, março 06, 2006

Uma pedra pequenina...


Dedicado ao Jorge Castro pelo seu acolhimento e
inspirado num dos poemas da sua "sopa de pedras"!

Era uma pedra magmática
Muito lisa e bem polida
Alheia a toda a matemática
E que se sentia perdida!

E o caminho que andou
Até chegar aonde estava
Ilustra o que se passou
E o que foi a sua estrada

Morava, em total fusão
No núcleo dum planeta
À força de tal pressão
Derivou para um cometa

Percorreu todo o espaço,
Emigrou para esta Terra,
Tornou-se dura como aço
E andou por tanta guerra!

À força da água e do vento
Que em seu rosto batiam,
Desfez-se tão a contento
Da rocha onde a queriam

Então, um pequeno fragmento
rolou pela encosta abaixo
E apenas, num só momento,
Estava com algas por baixo

E os peixes vinham visitá-la
E ela não se podia mexer
Quiseram cumprimentá-la
E ela nada podia dizer!

As ondas fizeram, então,
Seu trabalho de desgaste
E com tanta rebentação
Desfizeram aquele engaste

Mais uma vez ficou à deriva,
Cada vez com menor dimensão
Em seus grânulos deu guarida
Às partículas em suspensão

Nas águas então pairaram
Partículas e fragmento rochoso
Na boca de um peixe acabaram
Que se mostrou bem guloso

O peixe também teve seu fim
Às mãos de uma rede astuciosa
Por fim foi servir de festim
A uma boca mais gulosa

Então, pedra já não era,
Apenas um sal mineral,
E, por tudo quanto fizera,
Era uma Pedra Filosofal!

E quando por fim regressou
Misturada com excrementos,
A água que então a banhou
Trouxe outros desenvolvimentos...

O mesmo corpo já não tinha...
Deixou de se poder ver...
A essência, essa, mantinha-a,
Na fragilidade de seu SER

Teria que esperar eternidades
Até que conseguisse reunir
Outras partículas sem idades,
Para com elas se poder unir

E de novo tudo recomeçar,
Juntando-se a outras poeiras...
Que se iriam conglomerar
Até formarem rochas primeiras

E com pedras, e das águas,
Das essências e dos vapores,
Não viveremos com mágoas,
Mas sim de todos os amores...

E uma pequena pedrinha
No seu espaço limitado
Toda a vida ela continha!
Ficou o mistério desvendado!

José António

(Foto de Isabel)

sexta-feira, março 03, 2006

Viagens...


Já fiz milhares de viagens
E nunca, nunca saí daqui!
Umas eram apenas miragens,
Com o tempo, já me esqueci!

Percorri o oceano e o deserto.
Subi ao topo das montanhas.
Sempre te senti aqui tão perto,
Ao vencer distâncias tamanhas.

Um desejo enorme me invadia
A cada jornada percorrida,
Buscar sempre aquela alegria
Que dá sentido a toda a vida!

Buscava o sentido da existência,
Sem saber que o podia perder...
Porque, fora da minha essência,
Jamais o poderia sentir e saber...

De todas, a mais importante,
Fiz para dentro do meu SER:
Descobrindo, deslumbrante,
A vida que está a acontecer!

Foi nesse TODO que encontrei,
De mim tão próximo e distante,
O âmago de Tudo e agora sei
Que sou um eterno Viajante...

José António

(Foto de Isabel - Cenário irreal em manhã de nevoeiro... Baraçais)

quinta-feira, março 02, 2006

À nossa Querida NOITE ESTRELADA!


Quadro de Nicholas Roerich -
"Drops of Life" (Gotas de Vida...)



Querida Amiga, uma palavra de ânimo e muito carinho!


Quando a vida nos parece
Uma lenta agonia,
A nossa ALMA não esquece
A sua Luz e Magia!

Dentro de nós está a resposta
A tudo o que faz doer.
Sabendo isto, até do que não se gosta,
Se vê que é para aprender...

Sei que nunca se está sozinho.
Somos Filhos do Universo!
Temos da Vida o carinho
Que vai expresso neste verso!!!

Com um beijo e saudades da

Isabel

Parabéns, Pedro!




O Pedro Melo, que tem um belo blog de fotos e que de vez em quando também nos brinda com os seus textos e poemas, faz hoje anos! Parabéns Pedro, e muitas felicidades!!!

Nunca deixes de exercitar aquela maneira especial de "ver" que nos ensinas no teu blog e que permite distinguir melros em árvores e, mais importante, a beleza da vida!

Isabel


Perante a festa da vida
E na essência do SER
Dou-te uma flor florida
Rosa do teu querer
Onda perene querida

Mais que a vida, o amor,
Está sempre presente
Lembrando com calor
O halo que dentro se sente

Pequena homenagem de parabéns, com o teu nome na vertical, em cada inicial de cada verso, oferedida com toda a amizade.

Um dia feliz e um ano ainda mais intensamente vivido.

Um abração!

José António