Lisboa, como sempre...
Encontrei há dias um caderno com poesias de um passado aparentemente distante, mas pelos vistos sempre presente e com sentido. Esta poesia sobre Lisboa tem 26 anos e continua tão actual como quando foi escrita!...
Saí p'ra ver a Poesia
Dessa cidade beleza
Em que o Sol peneira Luz,
Por entre véus de pureza
Em que Lisboa reluz!
Saí p'ra ver a Poesia
Dessas casas, que ao Sol-pôr
São o vivo coração
Desta Lisboa, qual flor,
Abrindo na minha mão!
Saí p'ra ver a Poesia
Das pequenas ruas estreitas...
No Inverno, o véu cinzento
Sobre o qual Lisboa deitas
Embala-a com doce vento...
Saí p'ra ver a Poesia
Das manhãs a despontar
Quando chega a Primavera,
E a Terra vai começar
Uma nova e fresca era!
Saí p'ra ver a Poesia
Deste calmo entardecer
Que abençoa a cidade;
E há um doce sofrer,
Um recordar que é Saudade!
Saí p'ra ver a Poesia
Que envolve a minha Lisboa
E andei como perdida,
Como Gaivota que voa
Pois voar, p'ra ela, é VIDA!
Saí p'ra ver a Poesia
E voltei, já era tarde...
O coração preenchi
Como fogueira que arde
Daquilo tudo que vi...
Saí p'ra ver a Poesia
Mas já só te vi a TI!
Pois Lisboa ou a Poesia
Tal como eu as conheci
São uma e a mesma harmonia!
Isabel
(Escrito em 5 de Janeiro de 1980!).
(Foto de Isabel: Lisboa vista do Castelo de São Jorge...)
3 Comments:
At domingo, 12 de março de 2006 às 16:37:00 WET, oko said…
Sabía onde sacaras esa foto antes de lelo. Lisboa ten esa maxia que envolve, incluso antes de coñecela... Que ganas de volver a ela...
At domingo, 12 de março de 2006 às 18:09:00 WET, Isabel José António said…
Oko
Obrigada pelo seu comentário, já visitámos o seu blog...
Isabel e José António
At segunda-feira, 13 de março de 2006 às 17:59:00 WET, Pedro Melo said…
Sem dúvida uma "forma de olhar" como há poucas.
Deve ser por isso que é tão actual. Olhar para algo com "olhos de Poesia" é mostrar o que é de certo belo... É encontrar o que está incoberto... e o incoberto muitas vezes (quando é de valor) permanece com o tempo.
Que maravilhosa forma... ...mostrar "Lisboa como Poesia"...
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