Paisagem interior da Primavera...
Era o cheiro da Terra,
da chuva,
da Primavera...
O relvado,
até onde se via,
afagava-se
de vento
e de orvalho...
Pulsa
com intenso fogo
a Terra...
Nas entranhas
férteis
dos vales,
nas montanhas,
nos lagos,
nos rios,
até onde se avista,
o Céu é um Reino
de estrelas invisíveis...
De espaços abertos,
de nuvens,
espelhadas
de cores matinais...
Súbito,
o som
de um pássaro isolado,
cortando como um risco
um Céu inacessível,
um espelho invisível,
um sonho,
uma memória...
Isabel
29 de Abril de 1997 - Foto de Isabel:
Relva penteada pelo vento no Jardim Botânico de Lisboa.
2 Comments:
At domingo, 19 de março de 2006 às 23:33:00 WET, Pedro Melo said…
Maravilhoso, dava para desenhar um belo quadro impressionista com este poema.
At segunda-feira, 20 de março de 2006 às 00:16:00 WET, Isabel José António said…
Gosto tanto da junção de vários sentidos! Como uma espécie de "sinestesia", mas não apenas como "figura gramatical" mas na "real", na vida! Ou seja: a utilização de um sentir com um olher, de um ver com um aspirar, de um ouvir com um "gostar"!... Esta relva "penteada pelo vento, o cheiro da terra húmida e os sons que no "background" de um jardim formam como que uma desconhecida partitura todos deveriam poder ser pintados... se apenas eu soubesse como!
Grande abraço!
Isabel
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