Poesia Viva

quinta-feira, maio 01, 2008

Comunhões...



Poemas com que concorremos ao desafio do Ermitão

COMUNHÃO

Aquele céu era avassalador

De profunda cor azul celeste

Distanciamento maior de amor

Com que o dia sempre se veste


Namorava às claras com o mar

Fintando a tempestade amortecida

As plúmbeas núvens em fusão de amar

Dando-se por inteiro à própria vida


Comungar o imenso espaço celestial

Esquecendo o espaço sideral perdido

Em fusão com a energia primordial

Farol iluminando algo já erodido


Ao comungar tão intensa energia

Dá-se por inteiro, alma e coração

Transforma em passe de pura magia

Coragem de ser coração e pura razão


José António




O Céu abriu-se, azul,

Após a Tempestade...

Como se também fosse um imenso mar...

Estendendo-se, ao infinito,

Canto, asa ou grito

Em busca da Verdade...


Frente ao meu olhar

Abriu-se a DISTÂNCIA,

Um risco, uma fragrância...

Paisagem erodida

P'lo vento rugidor.

Avassalador,


Imagem

Agora amortecida

Pelo distanciamento

Das nuvens castelares

Rolando com fragor

Em simetria aos mares...


Céu e Mar...

Tu e eu...

Mar e Céu,

Revelando então

Sua fusão

Como a memória de um respiro

A comungar...


E, lá ao fundo,

Ergue-se um Farol,

Testemunho mudo

Deste nosso inteiro olhar...


Isabel


(dedicado ao José António)


(foto de Isabel em Fevereiro 2008)