Comunhões...

Poemas com que concorremos ao desafio do Ermitão
COMUNHÃO
Aquele céu era avassalador
Aquele céu era avassalador
De profunda cor azul celeste
Distanciamento maior de amor
Com que o dia sempre se veste
Namorava às claras com o mar
Fintando a tempestade amortecida
As plúmbeas núvens em fusão de amar
Dando-se por inteiro à própria vida
Comungar o imenso espaço celestial
Esquecendo o espaço sideral perdido
Em fusão com a energia primordial
Farol iluminando algo já erodido
Ao comungar tão intensa energia
Dá-se por inteiro, alma e coração
Transforma em passe de pura magia
Coragem de ser coração e pura razão
José António
José António
O Céu abriu-se, azul,
Após a Tempestade...
Como se também fosse um imenso mar...
Estendendo-se, ao infinito,
Canto, asa ou grito
Em busca da Verdade...
Frente ao meu olhar
Abriu-se a DISTÂNCIA,
Um risco, uma fragrância...
Paisagem erodida
P'lo vento rugidor.
Avassalador,
Imagem
Agora amortecida
Pelo distanciamento
Das nuvens castelares
Rolando com fragor
Em simetria aos mares...
Céu e Mar...
Tu e eu...
Mar e Céu,
Revelando então
Sua fusão
Como a memória de um respiro
A comungar...
E, lá ao fundo,
Ergue-se um Farol,
Testemunho mudo
Deste nosso inteiro olhar...
Isabel
(dedicado ao José António)
(foto de Isabel em Fevereiro 2008)