No tempo das castanhas...
No tempo das castanhas,
Lisboa de outros tempos,
tinha tardes tamanhas
de tempo e de espera,
de cinzento frio
por fora da janela,
e do Natal
que se adivinhava
ao fim duns dias...
Era o tempo de ser pequena,
de esperar
que a tarde terminasse
para que a família,
em torno à mesa,
comesse e conversasse.
Naquele tempo havia em cada casa,
o tempo das conversas,
do convívio,
e em cada casa havia,
contra o frio,
calor humano que aromatizava
o inverno
que apenas começava...
Ouvia-se o bater da porta.
A voz forte que dizia:
"Já cheguei!"
E no sobretudo quente,
o Pai trazia,
quentinhas,
as castanhas para a Mãe...
Doce recordação
de tempos idos...
Para sempre,
esse tempo das castanhas,
é o tempo
das ofertas do amor,
que hoje, sem pudor,
me traz saudades
tamanhas...
Isabel
(foto de Isabel).
3 Comments:
At terça-feira, 24 de janeiro de 2006 às 12:54:00 WET, Isabel José António said…
Olá Ana Paula! Que bom encontrarmo-nos aqui! E essa sua lembrança vem ao encontro das que eu própria tenho! Talvez escreva também sobre isso!
Beijo,
Isabel
At terça-feira, 24 de janeiro de 2006 às 14:25:00 WET, Jorge Moreira said…
Lisboa e a saudade no coração.
Muito belo este teu poema, este teu expressar de amor por tudo aquilo que vives.
Tu vês o Maravilhoso tanto nos afectos, como numa doce castanha. Sublime Viver!
Beijinhos,
At terça-feira, 24 de janeiro de 2006 às 14:52:00 WET, Isabel José António said…
Querido Jorge,
As tuas visitas ao nosso blog deixam-nos sempre com uma doce sensação de Amizade crescente e entreajuda! Bem hajas por seres quem és! Nos momentos de eventuais dificuldades, nunca te esqueças disso, do teu SER!
Isabel
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