Poesia Viva

sexta-feira, dezembro 09, 2005

As lágrimas de uma vida...

Silenciosamente acompanhava no meu coração e SER toda a complexa situação da Isabel. Aquele Ser de Luz e Paz (uma expressão muito empregue pela Tmara) vibrava até à mais ínfima partícula com um brilho desmesurado no olhar, ante a eminência de que o seu atraso mensal se transformasse numa notícia transcendente (porque é sempre transcendente sentir a criação dum novo ser)...

Transcrevo apenas uma pequena estrofe minha de há já alguns anos (nem sequer a conhecia):

"...
Quando a ternura nos brota
Como a Água da nascente
É como a vida que é gerada
De quase tudo e de nada
E só por dentro se sente
..."

Mas a vida é um carrossel. Subimos e descemos e sentimos (alegria, tristeza, desespero e serenidade) para tudo transmutarmos em fio de luminosidade intensa, e profunda.

Sózinho, chorava baixinho! Algo me dizia no mais profundo do ser que tal não se iria tornar verdade. Mas como dizer-lhe? Como roubar o brilho intenso do olhar? Chorava sem lágrimas. Não aquelas que nos caem dos olhos. Mas as outras interiores. Daquelas que queimam tudo por onde passam.

Aguenta-se tudo. Por amor. Amor profundo e intenso. Mas lúcido. Sereno. Amar por amar. Sem fintas, sem , desta vez, passes mágicos. Mas com poesia. Com abertura para o que a vida nos trouxesse. Trouxe-nos isto...

E é nestas alturas que ganha novo alento a coragem. Viver o AGORA. Dar-lhe (ou tentar) dar-lhe a volta. Superá-lo. Em sabedoria; em serenidade, em confiança em algo maior que tudo comanda.

E pelas lágrimas; pela tristeza e pela pronta transmutação de algo triste em algo positivo, pequena luz no fundo do túnel, a alegria irrompe do mais fundo do ser. A esperança é profundamente alicerçada nesta magia ininterrupta que brota a cada instante...

Outras estrelas, e seus pós, hão-de lançar suas sementes....

O amor, aquilo que lhes dá vida, permanece!

Outras cores tingirão tudo em redor, pintando a vida.

José António.

09/12/2005

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