A MINHA POESIA...

A MINHA POESIA

Porque abordo sempre os mesmos temas
Na poesia que do meu coração sai?
Porque possuo em mim estes lemas
De ajudar alguém que por vezes cai?

Porque abordo o NADA e o TUDO
Que no TODO contidos estão?
Porque tenho em mim, sobretudo
Esta ânsia d’ infinito no coração?

Porquê a Ética, e sempre um sorriso,
Porquê este querer ir mais além?
Porquê fazer sempre o que é preciso
Quando seguro, é sempre ficar aquém?

Porquê saber de partículas e Universos
De manifestações e oculta sabedoria?
Porquê expressar isto em meus versos,
Porquê recorrer a tanta alegoria?

Quero eu saber-me, ou me interrogar?
Serei eu o eterno peregrino de mim,
Sempre a experienciar o que é amar,
E sempre a transcender-me neste “sim”?

Nesta inquietude da minha alma
Nesta eterna subida à montanha
Nem toda a brisa fresca me acalma!
Algo Maior tem esta força tamanha

Algo Maior que tudo transcende
Que oculto, tudo faz acontecer
Que tudo impele e a nada se prende
E que é a essência do próprio SER

A Ciência ou a Espiritualidade serão
Incompatíveis ou incomportáveis?
Ou não será o defeito da nossa visão
Que nos torna, assim, desconfortáveis?

A Vida é só uma. Una e sempre inteira
Quer se veja com o coração ou com a mente
Todos os níveis se misturam e são fronteira
Entre o que se vê, se ouve ou que se sente

É esta necessidade de tudo fecundar
De transmitir esta intemporalidade
Esta vontade de outros fazer despertar
Que me impele a escrever a verdade


Verdade que não é só minha e está
Dentro de meu peito a querer saltar
Saltita de cá para lá, daqui e de acolá
Para assim a realidade transformar

Cada um tem o seu próprio despertar
Que será a sua pequena iluminação
Se esse momento chega, é só dar
Aquilo que te ordenar o teu coração

E por isso escrevo sempre o mesmo
Em diversas estrofes e combinações
Que transporta esta energia a esmo
Para tocar ao de leve os corações


Lisboa, 19/03/2009

José António

(Foto de Isabel)