Ano de 2006...
"Ano Novo, vida nova!" - diz o povo.
Isto diz-se normalmente sem se saber claramente em toda a profundidade o que se quererá afirmar com esta frase. De tanto ser repetida, passou a ser um lugar comum. Acaba, na maior parte das vezes, por ficar longe, tão longe do significado profundo.
Há, porém, algo de verdade, que vem de antanho. Quando o calendário dá a volta, no subconsciente colectivo, há todo o desejo de que aquela frase corresponda à realidade.
No mais profundo de cada ser existe o desejo comum de que a vida deixe de ser um vazio; deixe de ser mesquinha e vil. Há também o desejo de que as coisas funcionem em corrente contínua de partilha, de solidariedade, de amor universal, de respeito pela vida, pelas leis universais e onde todos pudessem evoluir de forma plena e, para usar uma terminologia muito em voga neste tempos, "sustentada".
Mas os homens não sabem! Os que sabem calam-se para continuarem a usufruir daquilo que conquistaram usurpando o que seria e deveria ser de todos. E à força de tudo terem, tudo controlarem e de assegurarem que tudo continuará a possibilitar esse usufruto e domínio, deixam tudo estar como está. Para tudo continuar na mesma.
E voltaríamos novamente a questão: e se todos os dias fossem Natal? Seria preciso que se morresse para este velho, esta situação podre e indigna; seria preciso que todos os atordoados fossem abanados pelos mais conscientes; seria preciso que todos os blogs da poesia da vida e da verdade inundassem de LUZ e VIDA todos os seres.
E se todos os poetas deixassem de só fazer poesia e levassem a poesia para as suas vidas diárias? E se toda a poesia fosse viva como uma chama crepitante e posta ao serviço de toda a humanidade? E, ainda mais, se toda a poesia falasse e transmitisse o cerne da vida por toda a parte?
Como os votos que se costumam formular na frase citada, se meteriam a caminho dessa "nova vida"...
Um bom ano para todos vós
José António
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